O último domingo foi um dia muito especial para mim. Foi meu primeiro dia das mães junto com nossa amada filha Vitória. Ano passado, no dia das mães, eu já estava grávida dela, mas ainda não sabia. Que alegria agora estar com ela, conhecê-la e viver tantos dias felizes com sua agradável presença. Que presente maravilhoso recebemos de Deus: ter uma filha tão especial.
Quando descobri que estava grávida, foi uma grande alegria. Como esperamos e sonhamos com nossa primeira filha e lá estava ela, um pequeno e valente embriãozinho crescendo e lutando pela vida. A todo momento pensava no meu bebê e me alegrava com a sua vida. Ela era tão pequena que nem podia ser percebida aparentemente. Minha barriga ainda não havia crescido e eu era barrada na fila preferencial nos supermercados! Mas ela já se fazia tão presente em minhas emoções, já me fazia sentir mais fome, chorar com mais facilidade, tomar mais cuidado em cada movimento para proteger esta vida tão valiosa. Eu já era mãe e cuidava da minha filha cuidando de mim mesma, me alimentando, descansando, buscando viver momentos tranquilos e felizes.
Quando descobrimos dois meses depois que aquele amado bebê tinha um grave problema chamado actrania e poderia morrer ao nascer, ficamos muito tristes. Meu coração de “recém-mãe” se angustiou. Nos primeiros momentos uma enxurrada de lágrimas ficaram represadas, até que entendesse direito o que estava acontecendo. Depois chorei. Lágrimas tão compridas vertiam dos meus olhos que pareciam não ter início nem fim, pareciam queimar o rosto e derreter o coração. Aquele bebê que era motivo de alegria de repente parecia ter se tornado motivo de tristeza. Muitos que sabiam da notícia mudavam a postura, a entonação da voz. Olhares sem graça e de compaixão às vezes me fitavam. Quando contava a alguém sobre o diagnóstico do bebê, via um sorriso se desmanchando e um semblante de preocupação se formando na expressão das pessoas. Parecia que de repente eu não era mais mãe e não o seria naquela gestação. Recebia olhares receosos quando declarava sorrindo que teríamos fé e pediríamos a Deus por um milagre. Que continuaríamos nos alegrando pela vida do nosso bebê e esperando no Senhor. Passamos por alguns dias difíceis até nos fortalecermos em Deus e passar a viver momentos de muita alegria novamente. Nosso bebê ainda estava lá com o coração batendo. Eu ainda era mãe, pois ainda estava grávida. A Vitória foi crescendo devagarinho, delicadamente fazendo minha barriga surgir grande e redonda. Ela começou a se mexer e interagir conosco, numa cumplicidade tão única e maravilhosa que só nós três, ela, eu e o Marcelo dividíamos.
Muitos amigos e familiares queridos se uniram a nós nesta alegria incondicional pela vida da Vitória. Como somos gratos a eles por isso!
E finalmente ela nasceu. Disse a ela na noite que antecedeu o parto que não sabia o que aconteceria. Mas que eu estaria lá ao seu lado para cuidar dela. Disse a Deus que cuidaria daquele bebê quando nascesse se Ele assim permitisse. Não sabia onde acharia forças, mas aguardaria que Ele me desse. E Ele deixou que ela ficasse. E ela ficou aqui para ser cuidada. E Ele deu forças para cuidarmos dela. E continua dando.
Gostaria de aproveitar essa data para homenagear todas aquelas mães que tiveram coragem de continuar sendo mães durante a gestação de um bebê que precisava de uma dose maior de amor e sacrifício. Que decidiram ser mães de seu bebê dentro da barriga, mesmo sem garantias de um dia tê-lo vivo em seus braços. Àquelas mulheres que foram mães durante nove meses, ou um pouco menos, ou um pouco mais, e deixaram a vida crescer em seu ventre independente do futuro. Pois Deus tem nos ensinado que o verdadeiro amor é incondicional, é inteiro a cada momento presente, independente do futuro, independentemente das aparências, da condição financeira ou do resultado de um exame.
Os exames podem dar muitos nomes a um bebê, nomes difíceis e tristes. Mas o verdadeiro nome será dado apenas pelos pais. Esse é o nome que permanecerá. Por isso nós demos a nossa filha o nome de Vitória de Cristo.
Tenho conhecido lindas histórias como a de Myah, mãe da Faith Hope (Fé Esperança em inglês) (http://babyfaithhope.blogspot.com), ou como a de Monika, mãe da Anouk (http://www.anencephalie-info.org/p/index.php). São histórias surpreendentes e comoventes que gostaria de dividir com todos.
Gostaria de encorajar outras mães que têm passado por uma situação semelhante durante a gestação. Sei que uma história nunca é igual a outra, e a decisão de seguir em frente é pessoal e intransferível. Mas fico feliz em compartilhar uma história diferente da que é contada na maioria das clínicas, consultórios e centros de diagnósticos. Uma história que está sendo escrita por Deus simplesmente porque não permitimos que fosse abreviada pelos homens.
Feliz dia das mães, especialmente àquelas mães que tiveram coragem de ser mães mesmo sabendo que não esperavam um bebê perfeito e saudável. Mas esperavam um bebê amado. Vocês serão mães para sempre!
Jô! Que depoimento lindo, impossível ler e não se emocionar.
ResponderExcluirJô, tu és uma mãe maravilhosa, dedicada, confiante, otimista, és a MÃE da Vitória, a melhor mãe do mundo que ela poderia ter. Torço que todas as mães do mundo,
mesmo vivendo em situações normais, possam ter 1% de tua fé, amor, compreenção, dedicação, e que peçam sempre orientação divina, que coloquem um pouco nas mãos de Deus, esta missão tão maravilhosa e também tão difícil de criar e educar os filhos. Carregá-los na barriga, trocar fraldas, fazer dedeira, tudo isso é muito fácil, o difícil mesmo é saber se nossos ensinamentos estão certos, é estarmos atentos para que eles sigam o caminho do bem, como também não temos certeza de tudo, o melhor é pedirmos sempre ajuda divina.
Queridos!
ResponderExcluirConcordo com a tia Ana, que depoimentos.
Não tem como não se emocionar, mas é um emocionar-se com alegria,com gratidão, com paz, com vontade de chorar e rir. Acho que é mais ou menos assim: chorar de tristeza por perceber a miséria humana.
Chorar de alegria por perceber quão grande é a bondade do Senhor.
Chorar de alegria por perceber a mãe maravilhosa que és.
Que missão Deus te atribuiu!
Quanto maior a missão, maior será a capacidade para amar, cuidar e zelar do teu bebê.
O que importa mesmo é que a Vitória é a nossa princesa.
E que tu Joana és uma filha adorável, que Deus te escolheu para ser mãe da Vitória e a Vitória escolheu ser tua filha.
Nós te amamos!
Fiquem com Deus!
muitos beijinhos para a minha princesa.
Joana,
ResponderExcluirA lembrança da sua luta foi motivo de admiração em todos nós por ocasião do último Dia das Mães.
Parabéns a você e ao Papai Marcelo por todo amor e garra, que nos motivam e nos servem de exemplo.
Joseph e Equipe ITACÊ.
Sou Leticia e cuidei da Vitória um ou dois dias e foram suficiente para saber que ela é uma flor de DEUS,que veio para perfumar nossas vidas e fortalecer os nossos dias dando valor ao que realmente tem valor.Por isso dou meus parabéns a vocês por compartilhar essa linda VITÓRIA com todos .QUE DEUS os ABENÇOE sempre Leticia Laquale Tec.de enf. da UTI NEO do São Luiz /email llaquale@uol.com.br
ResponderExcluirImpossível não se emocionar com a vida linda de vocês. Encontrei a história de vocês por acaso, estava fazendo uma pesquisa na net, sou da área da enfermagem, e entrei para conhecer.
ResponderExcluirFiquei muito emocionada, já vivenciei uma trajetória um pouco parecida com a de vocês, e não é um exame, um diagnóstico que vai dar a sentença. Deus está presente em tudo que vive.
Parabéns a vocês, não tenho mais palavras... Que abençoe todos vocês.
Juliana Fernandes e-mail jufernandes21@ig.com.br
Tudo que li a respeito de sua linda princesinha me deixou com um sentimento profundo de pensar na minha vida e de meus filhos, vcs são um casal enviados por Deus pra cuidar desta preciosidade que é a Vitoria, vcs são o simbolo do amor verdadeiro, do fundo do meu coração eu desejo que vcs tenham infinitos momentos de felicidades do lado desta bonequinha vcs são especiais sinto uma enorme admiração por vcs
ResponderExcluirBom Dia !!! Linda Vitoria! Que Deus te abençõe sempre!!!!
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