por Max Lucado*
“Bem-aventurados os que choram, pois serão consolados”. Mateus 5:4
Tiago 4:14 diz, “Vocês são como a neblina que aparece por um pouco de tempo e depois se dissipa”.
Nós falamos de uma vida curta - mas comparada com a eternidade, quem tem uma vida longa? Mas no plano de Deus, toda vida é longa o suficiente e toda morte é oportuna. E mesmo que você e eu queiramos uma vida mais longa, Deus sabe o que é melhor.
Eclesiastes 7:3 diz, “A tristeza é melhor do que o riso, porque o rosto triste melhora o coração”.
Os egípcios se vestem de preto por seis meses. Os judeus ortodoxos oferecem orações por um pai falecido todos os dias durante onze meses. Alguns muçulmanos se vestem com trajes de luto por um ano. Eu sou o único que sente que apressamos as nossas dores?
Você sabia que 70% dos salmos são poemas de tristeza? Que o Antigo Testamento inclui um livro de lamentações?
O luto leva tempo. Dê a si mesmo um tempo.
Olá, pessoal! Compartilho com vocês hoje um breve texto do Max Lucado sobre o luto.
É interessante esse processo de luto, existem muitas fases, idas e vindas, momentos de fortalecimento e aceitação, e momentos de volta às lágrimas, e assim vai-se levando a vida. Acredito que outras mães que perderam seus filhos recentemente entendam. Datas como aniversário, dia das mães, etc. nos deixam mais sensibilizadas, e aos pais e outros familiares também.
Talvez o luto dure uma vida toda, pois sempre terá que se viver sem essa pessoa tão amada que partiu. Cada um vive esse momento da sua forma, de acordo com as circunstâncias vividas, com a sua personalidade e com a sua fé ou posicionamento de vida.
Muitas vezes as pessoas nem imaginam o quanto ainda dói, não compreendem, mas mesmo assim o luto precisa ser vivido e respeitado. Cada um tem seu tempo necessário para chorar, seus rituais para relembrar, seus sentimentos para lidar, e não é de se surpreender se passados meses ou anos, ainda seja necessário chorar.
Dói o fato de, a cada nova etapa de nossas vidas que surge, termos que lidar com a realidade de que nossa filha não está mais conosco, não está mais convivendo e participando das mudanças, dos novos projetos, não da maneira como participava antes. Mas com certeza ela está em nosso coração, em nossa motivação e em nossas lembranças - e por isso mesmo jamais se esquece também da sua ausência.
Às vezes um abraço carinhoso e ouvidos atenciosos são tudo o que se necessita. Às vezes um lenço para secar as lágrimas e outro para enxugar o nariz também ajudam. Às vezes é preciso falar, em outras não se quer falar, e assim leva-se a vida. Sim, é preciso reencontrar-se na vida, e isso às vezes leva tempo. É importante respeitar e amar quem precisa desse tempo.
Concordo com o autor que nossa sociedade é bastante desconfortável e apressada em "resolver" e "superar" dores tão importantes e necessárias.
Por outro lado, estou também com muitas novidades para contar, novos projetos para dividir, mas hoje por enquanto vamos ficar por aqui e refletir sobre o luto.
Se alguém quiser comentar algo, perguntar ou compartilhar, sinta-se à vontade.
Um forte abraço e fiquem com Deus!
Querida Joana,
ResponderExcluiras vezes dá mesmo vontade de nos vestirmos de preto para mostrar quão negro é este lado da ausência de um filho...é interessante como é difícil das pessoas entenderem como dói sempre esta saudade. Outro dia falei para minha mãe que queria usar um pingente de menina (Helena) e um de anjinho (Jorge) e ela me repreenderu dizendo que estava exagerando...é mesmo muito difícil, principalmente para as pessoas que nunca perderam filhos e para aquelas que querem que seu luto passe, ou que pelo menos fique escondido...espero que seus novos projetos ajudem a vida a se tornar pelo menos mais leve e tenho certeza de que a Vitória está sorrindo do céu para cada uma destas novas etapas e participando delas, afinal ela será sempre a sua filhinha...abraços
Oi Sandra! muito obrigada, aos poucos vamos nos "acostumando", mas a saudade sempre está presente, e por um lado é bom, é sempre esse elo de amor e respeito pela lembrança dela. Acho a ideia do pingente de anjinho linda! Uma amiga que perdeu 3 bebês, após muito tempo de elaboração desse luto, decidiu colocar 3 pingentes de cristais, que ela chamou de pontinhos de luz, junto de suas duas meninas. Ficou lindo. Nem sempre a família entente, mas sabemos o quanto estes gestos são importantes. Que bom que nos entendemos... um beijo!
ExcluirSandra, atualmente sou mãe da minha linda Alice que é saudável, mas tive meu filho, Bruno que morreu dois dias após o parto em uma cirurgia com problemas cardíacos. Eu ando com um pingente no pescoço de um menino e menina, e isso me conforta. Se vc tiver vontade, faça e não se importe com a opinião de outros, pq cada um vive sua dor e se conforta da sua forma. Como a Joana faz e eu a parabenizo por isso e me inspiro, pq falar do meu filho me faz bem e vejo que tb faz bem para a Joana falar da linda Vitória!
ExcluirJoana, parece que essa postagem foi pra mim. Estou tentando organizar meu luto, mas nao tem sido facil! Sinto a sua paz na certeza do reencontro, do cuidado que a alma da Vitoria esta recebendo, mas e quando nao se trata de um ser humano, como eh meu caso? As duvidas tomam contam de mim duma forma desoladora. Sera que havera reecontro? Que ela estara bem? Sera que nao recebo paz por nao padecer de um sofrimento legitimo? mas eu sofro so por amor. Enfim. Todas essas inquietacoes tem contribuido para que a organizacao do meu luto esteja sendo uma tarefa ardua e pesada. Eu ainda nao senti a paz que preciso para continuar minha vida. E, quando parece que a dor esta amenizando, acontece algo e ela volta forte e me derruba, como se fosse um ciclo sem fim... Deb
ResponderExcluirOi Débora! Sinto muito por essa dor tão grande pela perda da sua pet... eu entendo, e acredito que sua dor é legítima. Nossa vida é um grande mistério, temos a fé, nossas convicções, mas ainda existem muitas respostas que não temos. Mas como acontece quando se perde alguém que amamos, temos o tempo vivido, o amor cultivado, as lições aprendidas, o que essa vida nos marcou. Como fala no post, o luto leva tempo, tem ciclos mesmo, precisamos às vezes buscar ajuda, seja com conversas, uma terapia, até mesmo escrever uma cartinha com nossos sentimentos, encontrar maneiras de extravasar essa dor... porque é pesado demais carregar uma dor tão grande. Mas conte comigo, acredito que muitas pessoas passam por isso também. Um forte abraço.
ExcluirJoana, acompanhei um pouco da sua trajetória tempos atrás "PAIS ou MÃES ESPECIAIS" ou algo assim. Entendia exatamente o que vocês passaram naquela fase dolorosa. Hoje é a minha vez. Sempre chega! Não há outra maneira. Nascemos com os dias contados e, enquanto este dia não chega, queremos viver nossos filhos ou com nossos eles, como se fosse o último minuto. E quando chega a nossa vez de entregá-lo somos muito egoístas em fazer esta entrega. Nos agarramos em qualquer motivo que faça acreditarmos que não partirão. É tão desolador em entendermos que papai do céu está estendo "mais uma vez" as mãos, para nos dizer que esta hora chegou. Estamos assim há 3 dias pelo nosso filho de 12 anos e oito meses, que por ironia (ou não) do destino pegou um vírus na escola "adenovírus" e, que nos arrastou numa UTI por longos 16 dias. Estamos em ruínas, mas juntaremos os pedaços que sobraram, assim como vocês fizeram, e "tentaremos reconstruir por aqui neste plano" algo menor, pois o principal não estará mais conosco. Sei que os nossos dias estão contados e enquanto não chegar para abraçarmos o nosso amado filho, seremos obrigado aguardar com este enorme vazio. Grande beijo, dos pais que Deus escolheu e confiou para entregar um lindo filho especial, ou como eu sempre dizia: Renan não é especial, mas sim, essencial. Abraço e fiquem com Deus.
ResponderExcluirÉ Joana esse ano em Outubro vai fazer 4 anos q minha mãe se foi, e a dor ainda é a mesma, meu sentimento e pensamento sem ela aqui continua igual, me diziam q com o tempo melhora, eu diria q existem dias e momentos que ameniza mais a dor não parece melhorar, eu costumo dizer que a ausência dela é uma ferida que Deus cuida põe curativo mas que não vai curar, vai estar aí sempre aberta em alguns dias doendo mais, em outros nem tanto. Deus continue abençoando e dando força a vcs, porque tem dias q é só o colo do Senhor. Daiene Soares
ResponderExcluirJoana, às vezes eu acho que a dor incomoda as pessoas que nos rodeiam. É mais confortável conviver com alguém que está bem em todos os momentos. Até entendo, é meio constrangedor lidar com alguém que sofre...talvez faltem palavras, ou exista o medo de não agir corretamente naquele momento. Talvez as pessoas tenham medo de dar apoio para não supervalorizar o sofrimento do outro, talvez achem que minimizando a situação estejam ajudando. Vejo que fazem isso porque nos querem bem.
ResponderExcluirO que me doi também é o fato de acharem que a perda de um bebê ainda na gestação não gera dor e tristeza tão grandes. Então decidi viver esse período sozinha, no máximo converso uma vez ou outra com o meu marido sobre o que sinto (ele também sofre muito). Dessa forma as pessoas ficam confortáveis e eu vou processando tudo isso. Sempre que sinto necessidade escrevo cartinhas (sugestão sua, lembra?), choro e assim vou seguindo em frente.
Achei excelente o texto postado. Acho que até eu estava tentando abreviar algo que ainda me doi tanto. Mais uma vez obrigada, nem tenho palavras para agradecer pela ajuda emocional e espiritual que você me dá através das suas postagens.Deus te abençoe.
Oi Joana!
ResponderExcluirNão sei se tu lembra de mim, eu também tenho um blog onde conto o meu caminho na adoção e também tenho minha história de luto, que ainda dói, e muito...
Acontece que em novembro de 2006 foi diagnosticado que eu tenho menopausa precoce, eu tinha 28 anos na época e nunca tinha ficado grávida.
Ocorre que eu ia todo ano no gineco e contava que sentia calores seguidos de frio, sudorese, e outros sintomas mais íntimos e o médico dizia que era stress, emprego novo, fim de faculdade... Toda vida ele tinha uma desculpa e eu tola, não fui em outro para comprovar, até que um dia uma prof da facul me chamou de canto e me alertou que aquela sudorese e os calores seguidos de frio eram os mesmos sintomas da menopausa que ela estava passando (eu não tinha me dado conta que as pessoas estavam percebendo), então marquei naquela semana de início de novembro a consulta.
Fui no mesmo médico de sempre e me clamei dos tais sintomas e mais uma vez ele disse que era "coisa da tua cabeça", mas com o que a prof havia falado na minha mente, eu disse que queria exames, ele não queria dar, mas insisti e ele deu a contra gosto.
No dia 23/11/2006 eu voltei lá com os resultados dos exames, é claro que eu havia lido e não entendido nada, e ele começou a análise e de repente ele ficou sério e disse:
"Aqui tem uma surpresa para mim, tu realmente tinha razão"
Ali eu senti que a coisa não era boa pro meu lado, mas fiquei com cara de paisagem esperando pelo veredito, não tinha real dimensão do estrago que ia se dar na minha vida as palavras seguintes do infeliz... Ele disse e escrevo com a precisão de quem nunca vai esquecer as palavras mau ditas:
"Tu está na menopausa, segundo teu exame pós menopausa" eu perguntei o que queria dizer ele respondeu mais ou menos assim "quer dizer que nunca tu vai ser mãe, tu não tem óvulos, existem alternativas para fertilização, que se pegar um óvulo de outra mulher e fertilizar com espermatozoide de teu marido e implantar em ti vai crescer, mais não vai ser nada teu".
Continuando meu post que ficou longo...
ResponderExcluirO resto que ele falou eu quase não ouvi, pois foi como a morte para mim, naquela hora o filho tão querido e sonhado que eu tinha morreu, me senti castrada, suja, menos mulher, feiosa, tudo ao mesmo tempo como uma explosão de milhões de estrelas, fiquei imóvel, mas berrava por dentro e o médico continuava dando instruções e fez uma receita, lembro que ele perguntou se eu havia entendido... sim claro "doutor", ele me disse que eu havia reagido bem, mandou tomar os remédios e voltar em 15 dias.
Nunca voltei nele, comecei a peregrinação por todos médicos que a UNIMED tinha cadastrados na região, perdi as contas em quantos fui, nunca contava que sabia o meu problema, repetia os exames, e todos sempre educadamente me contavam o problema, com humanidade, mais eu sempre fiquei com as palavras do infeliz que me tratou anos "tu nunca vai ser mãe"
Lembro que naquele dia eu cheguei em casa e não contei pro marido, ele é professor também e me contava as coisas da escola eu não ouvia, não sentia, não via, comi sem mastigar, nem sei como engoli...
A explosão que o médico ficou feliz em não ver se deu quando cheguei na minha escola e vi as mães chegando com os filhos para o período da tarde...
Não vou me ater essa parte... Mas foi a primeira vez na vida que perdi o juízo, depois disso nunca mais fui a mesma pessoa, fazem 6 anos e eu não me acostumei, eu sempre digo que é um luto sem o morto...
São 6 anos que choro por não ter meu bb, por não sentir a vida pulsar dentro de mim, por me sentir menos mulher que as outras, a sensação é de castração física e mental.
Não sei se um dia vou superar...
Quando eu te descobri e descobri a princesa, e outros blogs lindos, como o da Cris mãe do reizinho Vini, eu comecei a ver o amor incondicional de vcs pelos filhos e fui amadurecendo aos poucos a ideia de adotar, tu não imagina quanto tu, o Marcelo e a Vivi foram e são importantes para mim, eu ri e chorei com a tua história muitas vezes e quando vi no face que ela tinha ido com o Pai, chorei como se ela fosse minha família, eu sempre imagino como era o perfume dela, o toque da pele macia, os cachos tão lindos e sedosos... Eu queria muito ter tido o prazer de ter ela nos meus braços...
Não entendo como as mães abandonam seus filhos, não amam, não cuidam...
Como as mulheres abortam um ser sem piedade um ser indefeso...
Bjs amiga e continue com Deus!
posto pelo nome de meu marido, existe varias formas de amar , este amor incondicional pelo filho não e regra, não e pq voce e mãe que voce ama incondicionalmente o seu filho , existe casos de dificuldade de compreensão da maternidade. eu compreendo mães como você e outras, vocês podem me achar um monstro mas tem com dificuldade na maternidade. A maternidade não são essas rosas românticas que todos nos fazem engoli, mas aceito quem carega os espinhos sorrindo, mas tente entender quem não consegue carregar os espinhos.
ExcluirOlá, querida leitora, obrigada por sua visita aqui no blog. Não sei seu nome, entendo um pouco seu comentário e sua colocação, e sinto muito se por algum motivo você passou por uma situação dolorosa com seu filho, ou em sua família. Certamente nem tudo são rosas, mas também nem tudo são espinhos, e existem situaçãos absurdamente difíceis, nas quais também pode-se encontrar sentido, alegria e beleza. Mas não é fácil. Nossa intenção aqui não é julgar, atacar ou criticar ninguém, apenas mostrar que existe um caminho possível a ser percorrido mesmo quando existem grandes dificuldades. Esse amor nem sempre é natural, com toda a certeza, nem sempre é fácil. Mas pode ser cultivado, e quando conseguimos permitir que ele se instale é ele que pode curar o medo, a dor, a culpa, a raiva e tantos sentimentos que são bem conhecidos por nós. Especialmente quando se conta com apoio, com informação, acolhimento, troca de experiências e um ambiente favorável. O que vemos infelizmente é a sociedade e a classe médica por vezes pressionando a mãe a solucionar os problemas graves de uma gestação interrompendo-a, sem maior assistência a suas emoções,e muitas vezes resta um vazio e uma história inacabada. Sabemos também que as dores do luto não terminam com a gestação, nem para quem interrompeu, nem para quem continuou. Por isso precisamos imensamente de solidariedade, apoio, amor, respeito, oportunidade para sermos ouvidas.
ExcluirUm abraço forte e carinhoso e se precisar de qualquer coisa conte comigo, meu e-mail joanaschmitz@yahoo.com.br
Joana, fico admirada com a sua fé, desde que conheci a história de sua linda família fico cada dia mais impressionada com o ser humano incrível que é, logo que conheci o blog da Vitória me tornei fã, sempre me emocionei muito com seus textos e me identificava muito também, mesmo sem te conhecer pessoalmente, tenho certeza que sempre foi uma ótima pessoa, por isso, que Deus te presenteou com sua anjinha mais linda e preciosa, para que ela possa te ensinar lições ainda mais valiosas, e com isso lapidar ainda mais o seu lindo ser. Tenho certeza que ela te deixou tesouros preciosos que você e o seu marido levarão para a eternidade, ela com certeza é uma anjinha muito grata e feliz por todos os momentos que viveram juntos, e sempre que a saudade aperta ela pede para o papai do céu carregá-los no colo.
ResponderExcluirOi Joana.Lindo o texto ele explica direitinho como é o luto;pra cada pessoa existe um tempo diferente para chorar, refletir e deixar aquele ente querido partir. Com certeza a perda de um filho torna tudo isso muito mais intenso.
ResponderExcluirPerdi uma irmã á 3 anos (por motivo de doença)Mas foi de repente sem ninguem esperar .Ela tinha 33 anos, e um filho de 4 anos , era casada, cheia de planos , toda preocupada querendo arrumar emprego(ela estava desempregada na época).Nunca vi ninguem tão apaixonada pelo filho. Ela cuidava dele como quem cuidava de um tesouro, mas ao mesmo tempo ela o deixava fazer aquelas coisas que muitas mães não deixaria seus filhos fazerem (lembro de uma vez em que ele tinha uns 3 anos e ela o deixou tomar banho de chuva, nem sei em qual dos dois os olhos brilhavam mais , se era o dele por brincar ou o dela em ver o filho se divertir). Ela sempre me contava de quando eles brincavam de se esconder embaixo da cama para o papai dele o achar...Na hora em que recebi a noticia de sua morte não chorei, nem uma lágrima, imaginei que choraria no velorio, mas nem lá eu chorei, eu naõ entendia porque eu não chorava embora eu estivesse tão triste.Fiquei a madrugada ao lado do caixao dela enquanto todos da minha familia estavam nas suas casas tentando descansar para o velorio.Lembro que coloquei entre as suas mãos uma foto que ela havia me dado de seu filho , ela disse "essa é a foto dele que eu mais gosto, coloque em sua carteira". E lembro que fiquei falando pra ela não ter medo quando fecharem o caixão e ficar tudo escuro(ela tinha medo do escuro), mas não chorei.Uns 15 dias depois, quando vi que o telefone não tocava pra ela me contar as peraltices do meu sobrinho e quando minha filha havia andado pela primeira vez (lembro das ultimas vezes que nos encontramos e ela falava "Rafa você não vai andar não é?"). Queria ligar pra ela e contar que minha filha finalmente havia andado... mas não podia...Aí eu chorei... chorei bastante... mas bem quetinha não queria que ninguém me visse, não queria que ninguém tentasse me consolar (sabia que nada iria tirar aquela dor e aquele choro que estava preso).De vez em quando ainda choro, e acho que isso nunca vai mudar , sempre vou lembrar dela . Adoro quando sonho com ela e sonho que estou contando as coisas que aconteceram ,nesses dias me sinto mais leve , é como se realmente nós estivessemos juntas eu mato um pouco a saudade de falar com ela. Meu sobrinho ficou quase 1 ano sem falar , ele não mencionava "mãe", foi muito triste, mas hoje ele está bem.Acho que ele vai levando assim como agente. A maneira de lidar com a ausencia de quem se foi é uma coisa de cada um. Eu adimiro a forma como vcs lidaram ,e a maneira linda como você descrevem sobre a Vitoria e o amor maravilhoso de vcs...
Querida Joana!
ResponderExcluirPenso, que tudo que falaste é assim mesmo. Sinto tanto não estar por perto, para te dar um "colinho", de chorar contigo e de chorarmos juntas, assim como estou agora, as lágrimas caindo sobre o teclado.
Mas chorar faz bem, choramos de saudades, choramos de tristezas e de alegrias também!!!
Aqui em casa, por onde ando, vejo as fotos da Vitória, as vezes paro, olho e choro, outras vezes, paro, olho e lembro dos momentos felizes.
No teu dormitório, que era dela também, tem uma boneca (aquelas de lata) muito linda, com um vasinho e neste vasinho eu mantenho sempre uma flor. Tem também, uma anjinha, linda, aliás, este dormitório que é teu mas que tem muito mais pertences da minha princesa, tem uma colônia (da natura, é claro kkkkk) que eu ponho nas roupinhas dela para sentir o seu cheirinho. Tem também a banheira rosa, a calça de brim, que mantenho com o cheirinho dela.
Acho que é assim mesmo filha, cada um vive o seu luto, do seu jeito, no seu tempo, com a sua dor.
Mas, mesmo no pranto, agradeço à Deus por ter permitido ser avó da minha princesa. Como aprendi com vocês, queridas.
Beijos e para minha princesa beijinhos.
ALICE!!!