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Mas eu sou como uma oliveira que floresce na casa de Deus; confio no amor de
Deus para todo o sempre. Salmo 52:8

domingo, 8 de maio de 2011

Uma oração, um sonho, uma promessa

Nossa amada Vitória de Cristo graças a Deus está bem, e tê-la bem e perto de nós e é o meu maior presente neste dia das mães. Neste mês de maio, não pude deixar de relembrar muitos momentos que vivemos no mês de maio do ano passado. Foi um mês que se iniciou cheio de esperança e mudanças. Passamos o dia das mães com ela no hospital. Nem imaginávamos tudo que viveríamos dali para a frente, todos os imensos desafios que enfrentaríamos ao longo daquele mês em que ela foi submetida a uma cirurgia para fechamento do crânio. Foram dias muito intensos e cheios de tensão. A Vitória enfrentou grandes desafios e tudo que relatei no blog, naquela época, foi um breve resumo do que estávamos vivendo. Sempre fiquei com a sensação de que ficou uma lacuna, uma parte da história não contada... pelo menos aqui no blog, pois essa época sempre esteve tão gravada no meu coração.
Nunca desejei expô-la nos seus momentos mais difíceis, e tampouco enfatizar a dor, o sofrimento, ou a fragilidade de toda a situação. Este espaço sempre teve a finalidade de celebrar a vida e inspirar amor, força e coragem diante dos seus maiores desafios. Passado quase um ano, estamos aqui vivendo um momento tão diferente, muito mais tranquilo e cheio de paz. Nossa querida filha mudou tanto, evoluiu tanto, é como se fosse outra criança!
Para conseguir expressar o que significa para mim hoje estar com a Vitória em casa, busquei estas lembranças, agora bem menos dolorosas, de muitos os desafios que enfrentamos há quase um ano. E assim surgiu o relato abaixo, longo, detalhado, dramático e sincero. Por que relembrar momentos de dor e angústia num dia tão feliz? Talvez porque a felicidade se torna muito maior ao percebermos que tantos problemas foram superados. E porque percebemos muito mais a riqueza da filha que temos hoje, ao lembrar que um dia corremos tanto risco de perdê-la.

Não lembro com dor ou tristeza destes momentos, mas com uma imensa gratidão a Deus - aquele que esteve ao nosso lado em todo o tempo, próximo, muito próximo. Aquele que ouviu nossas orações, que falou conosco, quando nem tínhamos mais forças para orar, que se tornou presente e muito real nos momentos mais difíceis. Por isso Ele está tão presente neste blog, e suas palavras são tantas vezes mencionadas, e seu nome exaltado.

Muito obrigada, Senhor, por mais este dia de vida com nossa amada Vitória!



Desde que nasci fui entregue a ti. Desde o ventre materno és o meu Deus. Salmo 22:10


Tu, Senhor, manténs acesa a minha lâmpada. o meu Deus transforma em luz as minhas trevas. Com o teu auxílio posso atacar uma tropa. Com o meu Deus posso transpor muralhas. Salmo 18:28-29



Quando descobrimos que estava grávida, nosso coração se encheu de amor pelo nosso bebê.

Ele era apenas um embrião de 0,58 cm. Era apenas uma promessa de vida e mesmo assim enchia nossos corações de sonhos e esperanças. Nós nem conhecíamos aquele bebê. Não sabíamos que aparência teria, nunca havíamos ouvido a sua voz, o seu choro, nem sentido seu cheiro, ou mesmo tocado sua pele macia. Mas já o amávamos tanto.

Mas havia um perigo, um descolamento na placenta que poderia impedir meu bebê de continuar crescendo em segurança dentro de mim. Desde este começo, Deus colocou uma oração em meu coração.

Por favor, Senhor, guarde a sua vida, segure seu coração com as suas mãos. Por favor. Em nome de Jesus eu lhe peço.

Mas antes mesmo que soubéssemos que nosso bebê era uma menininha, descobrimos algo muito grave, muito mais grave que um pequeno descolamento na placenta.

Aquilo não parecia ser verdade. Estava no terceiro mês de gestação. O que ouvi é que meu bebê sobreviveria no máximo até o nono mês de gravidez, e se nascesse com vida, morreria muito pouco tempo depois, algumas horas ou dias depois. Mas, nove meses é muito pouco tempo para expressar todo o meu amor. Todos os meus sonhos e expectativas para este bebê não cabem em nove meses. Nove meses deveriam ser somente o começo, e não o fim. E lá estava aquela oração gritando dentro de mim.

Ó Senhor, segure por favor este bebê com as suas mãos. Guarde sua vida, seu coração, feche sua cabeça, sei que parece impossível, mas nada é impossível para ti.

Ela poderia ser, para a medicina, um projeto malsucedido de um bebê que “não deu certo”. Para nós, a Vitória era uma prova viva de amor, fé e esperança. Um tesouro frágil a ser guardado e protegido até seu nascimento, e a ser tratada com amor, respeito e dignidade assim que nascesse. Mas não sabíamos o que esperar, como ela seria, como reagiria, como nos sentiríamos diante dela?

Ela tratou de nos mostrar, como sempre, com muita personalidade, que podia ser amada, podia ser abraçada e beijada, querida e cuidada. Que podia enfrentar desafios, podia sentir dor, podia lutar, queria viver. Mas que também era frágil e inspirava cuidados. Não gostava de movimentos bruscos, não gostava de situações estressantes, mas de um toque suave e delicado, de um abraço suave e acolhedor. Tudo foi acontecendo de uma forma assombrosa e lá estava eu com meu bebê “incompatível com a vida”, aos quatro meses de VIDA, em meus braços.

No mês de maio do ano passado, quando chegou o dia das mães, estávamos muito felizes. Nossa filha vivia, e a cada dia a sentíamos mais nossa, uma bebê pronta para ser amada, cuidada e protegida.

Eu já estava bem familiarizada com todos os cuidados que ela necessitava. Dava-lhe banho, a vestia, trocava fraldas, amamentava, ajudava na troca do curativo da cabeça, já sabia interpretar junto com os médicos os resultados de exames de sangue. Havia alguns cuidados especiais. Precisava trocar o sensor do oxímetro, que a cada troca de fraldas deveria ser colocado em um pé diferente para não machucar sua pele sensível. Na hora de vestir o body, precisava cuidar para passar pela cabeça também a sonda que ficava presa à sua boquinha, cuidando para não prender na roupa. De tempos em tempos também era preciso tomar cuidado com o acesso venoso ou cateter que ficavam presos em algum bracinho, às vezes até no pescoço.

Lembro-me de uma vez, quando ela tinha talvez uns 2 meses de vida. Eu estava começando a dar banho e vesti-la sozinha, sem ajuda das enfermeiras. O banho foi tranquilo, mas na hora de vesti-la, ela começou a ficar brava, se contrair, tinha que fazer tudo rápido, pois logo já era hora de mamar, e ela não podia pegar frio...

Cuidar de um bebê já não é uma tarefa fácil. Mas, e cuidar de um bebê cheio de fios? E de um bebê cheio de fios que briga, chora, não se deixa ser vestido? Sensor de oxímetro, sensor de temperatura, cateter, sonda, cada um tinha um lugar certo para sair, não ficar por baixo do bebê, um pelo botão do macacão, outro pela manga... sei que fui vestindo-a meio atrapalhada, enquanto ela brigava... quando acabei percebi que havia me esquecido dos fios e feito uma grande confusão! Havia fio saindo pelas costas,saindo pelo pé, atravessado por baixo da sua roupa... A enfermeira Vanessa estava conosco e veio verificar o resultado do trabalho, enquanto eu tentava dar um jeito naquele emaranhado de fios. Lembro que ela me disse: Calma, a prática leva a perfeição. Mas ficou olhando, tentando entender aquela confusão, e o resultado é que teve que tirar toda a roupa da Vitória e vesti-la novamente, agora cuidando para por cada fio no lugar certo!

Mas é certo que a prática leva à perfeição, e no dia das mães eu já estava bem mais experiente, mais segura, sabendo que era a melhor pessoa para cuidar da minha filha. E desejando fazê-la se sentir a cada dia mais amada e protegida.

Todos os dias eu chegava correndo ao hospital para tirar leite no banco de leite, depois ia correndo para a UTI para lhe dar banho. Depois era hora de tentar amamentá-la, às vezes ela conseguia mamar um pouco, depois cansava e então eu ficava com ela no colo enquanto recebia o restante do leite pela sonda. Depois saía correndo de novo para o banco de leite, e então almoçava correndo para estar de volta às 13h30 para trocar fralda e amamentar um pouco mais, e ficar com ela no colo para receber o leite, e então correndo de nova para o banco de leite, e assim o dia passava... Ufa!

No dia das mães, deveria chegar para o banho por volta das 9h30 da manhã. Lembro que chegamos um pouco atrasados, eu e o Marcelo, ao hospital. Queria que fosse um dia muito especial, tinha me arrumado para passar o dia com minha filha. Chegamos uns 15 minutos depois do horário previsto, e a Carla já estava dando banho nela, achando que chegaríamos mais tarde. Ao ver que a Vitória já estava dentro da banheira, tive vontade de chorar. Queria dar banho na minha filha no dia das mães. Queria fazer tudo por ela naquele dia. Estava emotiva e senti-me frustrada como mãe, incapaz de chegar a tempo de dar banho na sua filha.

Era um dia meio nublado e fazia bastante frio. Fomos almoçar em um restaurante perto do hospital, o Marcelo e eu. Não podíamos levar nossa filha conosco. Ela estava lá presa aos fios, aos controles, protegida dentro daquela pequena e gelada redoma hospitalar.

Havia um sentimento de esperança. A cirurgia já estava agendada para o dia 19 de maio e poderia ser a possibilidade de uma melhora significativa, o fim das infecções e da nossa longa estadia no hospital (e o que para nós era uma estadia, para ela era uma vida toda dentro da UTI). Mas também havia um frio na barriga, pois, sim, a cirurgia já estava agendada para o dia 19 de maio. A cirurgia podia ser o fim de tudo. Podia ser uma prova difícil demais para ela. Sabíamos bem de todos os riscos, que podia não dar certo. Seria aquele meu primeiro e único dia das mães com a Vitória em meus braços? Mas por quatro meses estávamos pedindo a Deus por uma solução para fechar sua cabeça, e agora que esta solução havia surgido, como não confiar e arriscar?

O dia das mães passou e dez dias depois foi feita a cirurgia na nossa amada filha. Estávamos confiantes e ao mesmo tempo apavorados, apreensivos. Como eu queria que ela não precisasse passar por tudo aquilo, como queria que não precisasse sentir nenhuma dor. Segurei-a bem perto do meu peito até que vieram buscá-la. Queria deixá-la tranquila e aquecida. A toda hora eu lhe dizia: eu vou estar aqui esperando por você. Por favor, volte para nós!

E ela voltou. Chegou bem da cirurgia, já querendo acordar da anestesia geral. Mas cheia de todos os tipos de controles e fios para todo o lado. Tentou abrir os olhos, mas logo a sedaram novamente pois logo começaria a sentir dor. À noite seu rosto começou a inchar muito e quando voltamos no dia seguinte, ela estava sofrendo, muito, muito inchada, seus lindos olhinhos estavam enormes e não se abriam. Em alguns momentos, quando era manipulada, sua frequência cardíaca caía muito. No terceiro dia após a cirurgia, ela não parecia bem. Seu coraçãozinho estava mais fraco, ela estava muito fria, e eu percebia preocupação nas enfermeiras. Em alguns momentos ela parecia se sentir mal, a frequência cardíaca começava a cair um pouco mais, depois subia. A cada uma dessas quedas, chamadas de bradicardia, o alarme do oxímetro começava a soar, um som mais grave do que o oxímetro que ela usava antes da cirurgia. Um som que me causava pânico. Eu começava a me sentir mal também, meu corpo todo tremia e me batia um desespero. Ela estava em jejum e recebia soro. No hora da troca de fralda, a técnica Luana pesou sua fralda, olhou para mim e disse: Jô, ela não fez nada de xixi. FIquei aflita. Estaria acontecendo algum problema com seus rins? No final da tarde, ela começou a apresentar um movimento estranho, como se fosse um soluço. Mas aquele soluço foi ficando mais estranho, seu corpo tremia de uma forma rítmica e aquilo não passava, começou a ficar mais forte e vimos que todo seu corpo estava tremendo, desconfiamos que fosse uma convulsão. Pedimos para chamar um médico, mas já era quase noite, troca de plantão, ele estava demorando. Então pedimos para chamar a enfermeira. Após alguns minutos ela veio, não sabia ao certo, mas disse que poderia ser sim uma convulsão, e que isso era esperado dentro de um quadro pós-cirurgia neurológica, tanto que o neurocirurgião havia prescrito medicamente anticonvulsivo de forma preventiva. Posso pedir para adiantar para agora esta medicação que seria dada à noite. Restava aguardar o médico.

Eu estava acabada. Só segurava sua mãozinha e lhe dizia que tudo ia ficar bem. Mas olhava para ela e sentia muito medo de que ela não aguentasse aquela difícil fase de recuperação. Como me doía vê-la daquele jeito. Você vai melhorar, vamos levá-la para casa, tenha força, vai dar tudo certo. Nós te amamos muito, você é muito preciosa, você vai ficar bem, vamos levá-la para nossa casa e cuidar de você. A mamãe vai cuidar sempre de você. Não vou trabalhar, vou fazer sempre tudo que for preciso por você. Você sempre será uma alegria. Por favor, fique bem, tenha força, você vai melhorar. Por favor, não nos deixe.

Mas a verdade é que eu estava no meu limite emocional e físico. Não aguentava mais, não conseguia mais olhar para ela daquele jeito, com a cabeça toda inchada, convulsionando, naquela sala de UTI. Será que havíamos feito a coisa certa submetendo-a àquela cirurgia? Sentia minhas pernas fracas, não havia comido quase nada o dia inteiro, minha cabeça começava a doer. Precisava sair de lá e tentar me desligar um pouco de tudo que estava acontecendo senão começaria a passar mal lá dentro da UTI. Não queria passar para minha filha aquele desespero e tensão. O Marcelo estava mais calmo e confiante, e ficou lá com ela para aguardar o médico. Eu saí com minha mãe e fomos para o café, tentei dormir sentada em um sofá. Minha cabeça doía. Peguei meu casaco, tentava usá-lo para cobrir o rosto, de forma que a luz não incomodasse, outra parte para cobrir os meus braços, pois sentia frio, e ainda uma parte para apoiar a cabeça. Quando conseguia cobrir o rosto, descobria os braços e sentia frio. Puxava o casaco para cobrir os braços e então descobria o rosto e a luz incomodava. Joguei o cabelo por cima do meu rosto para tentar cobrir a luz. Ajudou um pouco, mas não sei o que parecia para quem me visse, uma louca cheia de cabelo na cara toda torcida em uma poltrona de um café da maternidade. Ao nosso redor havia pessoas felizes comemorando o nascimento de um bebê saudável na família. Ali havia uma mãe em frangalhos tentando descansar, com uma esperança louca de um dia levar seu bebê “incompatível com a vida” para casa. Procurava todas as posições possíveis para ficar confortável e dormir. Horrível. Só consegui relaxar um pouco de olhos fechados. Acho que dormi por alguns minutos, até que o Marcelo apareceu. Disse que ela estava melhor.

O médico de plantão que foi vê-la disse que era impossível que ela tivesse convulsão, pois é preciso córtex cerebral para convulsionar (disse isso apesar de nunca ter visto sua ressonância que descrevia sua massa encefálica malformada). Disse que podia adiantar a medicação, mas que não acreditava que resolveria. Mas também não sabia dizer o que era aquela reação estranha que ela estava tendo. Ele explicou também que como ela já era uma criança de mais de quatro meses, era normal que não fizesse xixi a toda troca de fraldas, era muito cedo para nos preocuparmos, e ela estava estável. A medicação anticonvulsiva foi dada, e o Marcelo ficou ali com ela, e aquele estranho tremor persistia. Ele disse que começou a lhe dizer o quanto a amava, o quanto ela era especial, querida, preciosa, desde que soubemos de sua existência, começou a lhe falar o tempo todo que era muito, muito amada, e de repente, inesperadamente, aquele tremor cessou. Ele estava feliz e confiante. Eu estava acabada.

Fomos nos despedir dela, e seu coraçãozinho estava um pouco melhor, com frequência acima de 100. (A frequencia cardíaca normal de um bebezinho é em torno de 130 batimentos por minuto). Respirei aliviada e fomos para casa. Enquanto minha mãe preparava uma sopa, consegui relaxar e dormir, e acabei dormindo até o dia seguinte.

Estava tão exausta que dormi a noite inteira e acordei um pouco mais descansada. Acordei cedo, tomei um banho, estava morrendo de fome. Antes de tomar café, liguei para a UTI para ver como a Vitória estava. Se estivesse melhor como na noite anterior, talvez conseguisse comer mais tranquila.

Mas não imaginava que, ao atender o telefone, a Carla me daria uma péssima informação.

-Jô, a frequência cardíaca dela está mais baixa, entre 60 e 70, não chega a 80.

-O quê, Carla, como assim? Algum médico foi vê-la, não há nada a fazer, algum remédio, o que o médico disse?

-Ainda não veio nenhum médico aqui. Estão na troca de plantão. A Dra. Graziela acabou de chegar, já pedi para chamá-la. Ela está no corredor reclamando que não tem avental nos armários.

-Carla, por favor, a chame de novo, por favor, peça para ela fazer alguma coisa.

-Fica calma, Jô, mas vem para cá logo.

Desliguei o telefone desesperada, transtornada, com o coração angustiado. Minha mãe, minha sogra e o Marcelo estavam me olhando esperando para saber o que estava acontecendo.

-A Vitória não está bem, o seu coração está batendo fraco. Precisamos ir para lá agora. Não se se ela vai aguentar, meu Deus, não deveríamos ter feito essa cirurgia.

Pensei: Será que vai ser isso? A vida da Vitória serão esses quatro meses no hospital, esse sonho vai acabar assim, com uma cirurgia mal sucedida?

Fui até o quarto, me ajoelhei em frente à cama. Em lágrimas, com um aperto no peito, orei.

Deus. Meu Deus...

Por favor, Deus, a Vitória, por favor. Deixe ela ficar, salve-a, segure seu coração com as suas mãos, faça seu coração bater mais forte, por favor.

Não sei mais o que te pedir, Pai. Por favor, me ajude a orar.

Fiquei em silêncio por alguns instantes, angustiada, sem saber o que dizer a Deus. Não conseguia mais orar. Então o Espírito de Deus tocou meu coração.

Senhor, obrigada por esse momento, por entender o que o Senhor passou vendo Jesus sofrer. Obrigada pelo privilégio de participar dos seus sofrimentos. Antes de mim, antes da Vitória existir, o Senhor sentiu a dor de ver um filho sofrer, o Senhor sentiu a dor de perder um filho. Que grande dor, Senhor, que grande dor que o Senhor sofreu por nós. Muito obrigada.

Por favor, me ajude, sei que parece mais uma vez impossível, mas te peço, faça algo, salve a vida da Vitória, meu Deus. Por favor.

Nos arrumamos rapidamente e, já de saída, peguei, em cima do aparador da sala de jantar, a caixinha de promessa que havia feito para o chá de bebê da Vitória, ainda na gestação, com versículos bíblicos. Abri a caixinha, falei com Deus, por favor, me ajude, e peguei um papelzinho e o li.

Desde que nasci fui entregue a ti. Desde o ventre materno és o meu Deus.

Era exatamente o verso que havia colocado na lembrancinha de maternidade da Vitória, e que havia posto no blog da Vitória. Não era coincidência. Deus estava falando comigo, me lembrando que a Vitória pertencia a Ele, que nós a havíamos entregado a Ele desde a gravidez e precisávamos confiar agora. Ele estava no controle do que estava acontecendo.

Saímos correndo, sem comer, só peguei um casaco e saímos de carro. Cheguei à UTI correndo, não parei nem para cumprimentar ninguém, joguei a bolsa dentro do armário da sala das mães, peguei um avental e fui vestindo no corredor, correndo, amarrando as tiras do avental com as mãos trêmulas, e finalmente chaguei à sala da Vitória e tudo que queria era vê-la, tocá-la, saber como estava. A Carla estava me esperando. Disse que a pediatra já havia passado e que a situação não era tão grave quanto parecia. Ao ouvir isso eu a abracei e comecei a chorar.

- Carla, eu estou tão nervosa!

Ela também estava emocionada e apreensiva. Me abraçou e me disse para ficar mais calma. Ela explicou que o Dr. Erasmo, neurocirurgião, já havia passado para examiná-la e também a Dra. Graziela, pediatra, e disseram que ela estava bem, que era preciso observar mas aparentemente a frequência cardíaca baixa não a estava prejudicando. Quando ela era estimulada o coração batia mais rápido, o que era um bom sinal, mas quando cessava o estímulo, voltava a bater mais fraco. Ele acreditava que a bradicardia estava ocorrendo devido à compressão do cérebro após a cirurgia, que acabava também comprimindo uma importante artéria e o tronco cerebral. Antes da cirurgia, seu cérebro estava exposto, sem nenhum pressão externa, mas a tendência é que com o tempo seu cérebro se adaptasse a esta nova condição.

Conversamos com a médica, que explicou que a frequência cardíaca estava baixa, porém constante, seria grave se começasse a baixar e baixar até parar, mas isso não estava acontecendo. Fiquei um pouco mais calma, mas ainda assim me sentia muito desconfortável toda vez que via o oxímetro indicando que seu coraçãozinho estava batendo bem mais devagar que o normal. Sua frequência estava tão baixa que haviam mudado a configuração d alarme, que antes apitava quando chegava a 100, agora estava programada para apitar se baixasse para 50. A Vitória estava quietinha, já menos inchada, mas ainda não abria os olhos. Se movia lentamente toda vez que a tocávamos. Parecia não entender o que estava acontecendo, porque estava se sentindo tão desconfortável.

Passamos o restante daquele dia com ela, porém um pouco mais calmos.

Naquela noite, enquanto dormia, tive um sonho, em que via a Vitória abrindo os olhos. No dia seguinte, acordamos novamente apressados e chegamos logo cedo ao hospital. Era um domingo e a Carla estava de folga. Outra técnica de enfermagem, a Sandra, estava no seu lugar. Ela já havia cuidado da Vitória umas duas ou três vezes anteriormente. Sempre ficava mais apreensiva nos dias de folga da Carla, pois sabia que outras pessoas não conheciam a Vitória tão bem quanto ela. A Vitória estava de jejum, com uma sonda que tinha sua extremidade aberta dentro de um saquinho, para drenar o suco gástrico, e ainda estava intubada. O neurocirurgião já havia retirado o curativo da cirurgia, e havia uma grande crosta de ferida sobre a sua cabeça, no local dos pontos. Essa ferida deveria ficar aberta para secar e cicatrizar mais rapidamente. Era bem difícil vê-la inchada, com uma ferida horrível na cabeça. Ela ficava deitada de lado para evitar raspar os pontos no travesseiro, pois ainda havia o risco de os pontos romperem.

Enquanto a Sandra trocava a Vitória eu segurava sua cabeça um pouco elevada. Tudo estava aparentemente tranquilo, até que, na hora em que a Sandra estava fechando a fralda, a Vitória começou a fazer um movimento forte com o peito e a garganta, nauseando, e começou a vomitar um líquido amarelo que parecia ser suco gástrico. Eu estava com sua cabeça apoiada em meus braços, a ergui mais e ficamos, eu a Sandra, tentando ajudá-la, deixando-a posicionada para frente, meio de lado, para conseguir vomitar. Ela estava passando mal, sua saturação de oxigênio começou a cair, sua frequência cardíaca começou a cair junto, e ela não parava de nausear e vomitar aquele líquido amarelo. Eu via seus sinais vitais caindo e me perguntava se seu coraçãozinho aguentaria, e só pedia a Deus que a sustentasse e dizia a ela que ficasse calma, que ia melhorar. Ela estava ali nos meus braços, só de fraldinha e camisetinha, passando mal, e eu nada podia fazer a não ser orar e manter a calma. Sentia que ela fazia tanta força nauseando que soltava muitos gases, minha filha querida, está tudo bem, e ela não parava de nausear. O Marcelo também tentava ajudar, estava uma situação muito tensa e no meio dessa confusão, de repente, de tanto fazer força, a Vitória abriu os olhos. E no meio do desespero começamos a sorrir, a Sandra comentou, ela abriu os olhinhos! A Sandra pediu que alguém chamasse a fisioterapeuta, que chegou e começou a aspirar a Vitória, a aspiração também era um processo difícil, a Vitória ficava agoniada enquanto a fisioterapeuta colocava um caninho dentro do tubo de respiração e tudo que saía era o tal líquido amarelo. A fisioterapeuta chamou outra fisioterapeuta e as duas continuaram aspirando-a e se entreolhavam vendo aquele líquido amarelo saindo, com uma cara de preocupação. Eu perguntei o que estava acontecendo. Elas explicaram que achavam que a Vitória havia broncoaspirado vômito, pois não parava de sair líquido amarelo do tubo de respiração que mandava ar para os seus pulmões. Mas, apesar de todo aquele sufoco, a Vitória estava com os sinais vitais novamente estáveis. Logo apareceu um médico. Ele a examinou rapidamente e, curto e grosso, com poucas palavras, disse: - Pode extubar, o tubo já saiu.

Como assim, perguntei, o que aconteceu? - Ela já se extubou e o tubo se deslocou para o esôfago, ela que está respirando e não o aparelho. Um processo semelhante havia ocorrido já dois dias antes, na sexta-feira, ela havia se extubado acidentalmente nauseando (ela detestava aquele tubo horrível na sua traqueia), tiraram o aparelho, ela ficou respirando bem, mas meia-hora depois sua garganta começou a inchar (pois a cânula de respiração havia machucado a garganta) e ela passou a respirar com dificuldade, com forte estridor, e precisou ser reintubada, o que havia sido muito estressande para la. Eu disse: Mas, doutor, há dois dias atrás isso aconteceu e ela precisou ser intubada de novo. Ele me disse: - Temos que tentar de novo, talvez agora ela consiga. E saiu apressado.

Afinal de contas o que acontecera parecia ser bom, pois ela não havia aspirado suco gástrico, o tubo de respiração que havia ido para o lugar errado, para o esôfago. Mas estava com medo que ela não conseguisse ficar sem o aparelho mais uma vez e sofresse todo o stress de ser reintubada. Para extubação, que levaria cerca de meia-hora, precisávamos sair. Eu estava muito nervosa, e todo o momento orava pedindo a Deus que a sustentasse, que ela não precisasse ser reintubada, que sua garganta não inchasse. Todo momento que me sentia insuportavelmente nervosa, parava para orar, o que acontecia a cada 5 ou 10 minutos, e finalmente voltei para a UTI para ver se já haviam acabado. Ela estava recebendo inalação com adrenalida, para prevenir o edema na garganta. A fisioterapeuta me viu e disse que ainda não haviam acabado mas me deixou entrar. E lá estava a minha gatinha, só de fralda e camisetinha, tão pequenina, com uma parafernália de coisas ao seu redor, respirando no meio daquela inalação barulhenta e gelada. E de olhinhos meio abertos. Tudo acabou e ela estava respirando, já bem melhor. Ainda não podia pegá-la no colo, mas deitava sobre seu berço e encostava meu rosto no seu, segurava sua mãozinha, e lhe passava amor.

Só no final daquela manhã, lembrei-me do sonho, da Vitória abrindo os olhos para mim, e entendi que Deus estava me encorajando, me preparando, pois, apesar de momentos tão difíceis que enfrentaríamos, ela se recuperaria.

Aqueles foram os dias mais difíceis de nossas vidas. Dali para frente ela só melhorou. Ainda enfrentou desafios, pegou uma infecção e precisou receber antibiótico (dois cateteres na jugular e depois mais uma semana de injeções 2 vezes ao dia nas perninhas). No meio de tudo isso houve uma tentativa inesperada de nos transferirem para a unidade pediátrica em outro hospital, que o convênio não autorizou, e então nos transferiram para outra sala de UTI juntamente com outros 6 bebês prematuros, e longe das queridas técnicas que cuidavam dela na sala anterior. Mas, lembro com alegria imensa que tudo passou, e no dia 21 de junho recebi a Vitória em meus braços livre, sem nenhum fio, sem nenhum controle, para levá-la para casa e poder, finalmente, cumprir a promessa que havia feito a ela naquele difícil momento do pós-cirúrgico. De que a levaríamos para casa, de que iria sempre cuidar dela com todo o meu amor.

Naquela manhã nublada de janeiro, após nascer por cesárea, ela ficou para ser cuidada. Naquela fria madrugada de maio, ela voltou da cirurgia. Depois daquela difícil semana do pós-operatório, ela abriu os olhos para mim. E depois de longos cinco meses, ela veio para os meus braços para ser levada para casa.

Nesta última sexta-feira, 6 de maio de 2011, fomos à AVAPE para uma avaliação. Era o início de uma tarde estonteantemente ensolarada. Não lembrava de que no outono fazia tanto sol. Ano passado, a esta altura, onde estávamos que não vimos o sol? Dentro da UTI, onde, independente de qualquer estação, é sempre frio, com ar condicionado gelado, como se fosse inverno o ano inteiro. Mas ainda assim havia a esperança e a alegria nos nossos corações. Que alegria agora podermos sair por aí a andar de carro numa tarde ensolarada, com a janela aberta, sentindo o vento bater no rosto.

Que alegria estar com minha amada filha bem perto de mim neste dia das mães. Como agradeço a Deus por ter nos sustentado em meio a tantos desafios.

Algumas pessoas podem não compreender. Talvez a maioria não compreenda. Como somos felizes!

46 comentários:

  1. Querida Joana,

    Realmente muitos podem não entender o quanto vocês são felizes... mas te digo que centenas de pessoas... aqueles que acreditam e confia em Deus entendem o quanto vocês são felizes.... Felizes por terem sua linda e adoravél filha Vitória em seus braços... com algumas limitações, sim.... com algumas mas cheia de saúde.... e que pode sim aprender a lidar com as adversidades... Hoje dia das mães... desejo à todas as mães um dia maravilhoso, mas para você Joana te desejo tudo de melhor que Deus todo poderoso pode dar... Você mulher guerreira, mãe guerreira, mãe de fé, tu és especial para Deus Joana...
    Teu coração é imenso e cheio do amor de Deus....
    Te amo assim como irmãs em Cristo Jesus..
    E te admiro pela tua força, fé, perseverança, por não desistir, por acreditar que há um Deus que nunca nos desampara, que nos ama, e que quando clamamos nos ouve.....
    Te admiro como mulher e como mãe....
    Sei que a minha linda Vitória criança essa que amo como se minha fosse,não poderia ter mãe melhor...
    Vocês são especiais para mim...
    Que este dia seja repleto de alegrias... que vocês, Joana, Marcelo e a minha linda Vitória tenham um dia maravilhoso, cheios do amor de Cristo...
    Vocês são especiais para Deus....
    Joana,

    Parabéns pelo seu dia!
    Parabéns pela sua filha linda...Vitória
    Parabéns pelo seu esposo Marcelo, que sempre esta ao seu lado firme e forte...homem de Deus,
    Parabéns!!!!!
    Deus te abençõe!
    E lembre-se:
    Deus te ama e sempre estará contigo!
    Fica com Deus!
    Bjs!!!

    Ass. Claudia Katalyne!

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  2. UM FELIZ DIA DAS MÃES PARA VOCÊ QUERIDA!!
    Que o Senhor nosso Deus possa sempre te dá força, amor e saúde para continuar junto com seu esposo há cuidar dessa pequena e preciosa jóia que é a Vitoria. Amo vcs em Cristo Jesus. Que Deus os abençoe!

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  3. Nossa joana que história emocionante, fiquei sem palavras ao ler todo o seu relato.
    Como a Vitória lutou para sobreviver, ela é uma guerreira e você e sua família sempre ao lado dela lutando e fazendo de tudo para que ela sobrevivesse.
    Ela é um anjo abençoado por Deus, eu fico muito feliz por ela estar bem e estar em seus braços.
    Um abraço...

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  4. Graças a Deus tudo passou e a Vitória está linda, saudável, sapeca!

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  5. Você tem toda a razão, porque será que é tão difícil compreenderem a alegria da maternidade e paternidade? Porque essa condição só pode ser vivida por pais de crianças "sem nenhum problema"? Como assim? Receber um filho é a maior alegria de um ser humano. E um filho não são apenas braços, pernas ou qualquer outra estrutura física. Um filho é algo muito, mas muito maior do que seu corpo. Um filho é um colorido em nossas vidas em dias nublados. É a mais incrível sensação de bem estar que experimentamos, só por ele existir. Como eu também queria que as pessoas entendessem essa felicidade!
    Joana, conhecer vocês pessoalmente me fez sentir uma vontade ainda maior de espalhar essa alegria e essa luz pelo mundo. Começando pelo mundo que vivo todos os dias: meu trabalho!
    Vai ser uma grande honra estar junto com a Vitória nessa vida. Vai ser um aprendizado especial conviver com uma MÃE como você.
    Feliz Dia das Mães!

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  6. Joana
    Não há como não se emocionar com seu relato..
    Eu entendo sua felicidade sim, pois quem é mãe entende!
    A Vitória há de viver muitos, muitos, muitos e muitos e felizes anos, há de crescer linda e forte, surpreender a todos com sua saúde, sua evolução e suas conquistas.. para que vc, ela e o Marcelo provem em suas vidas o gigantesco poder do AMOR!

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  7. Que dom maravilhoso Deus lhe deu... como vc consegue me emocionar tanto com suas palavras!!! Esse post foi o mais lindo e emocionante de todos os outros, tive que parar algumas vezes para limpar as lagrimas e consegir continuar lendo... com a diferença e a certeza que o final seria feliz!
    Parabéns para vc pelo dia das mães, e por ter sido a mulher, em meio a tantas, que Deus escolheu para cuidar da Vitória e ter o privilégio de conviver com ela.
    Meu coração transborda de algeria em cada post que vc coloca com as novidades e bençãos do nosso Senhor!
    Beijos e Saudades de vcs!
    Vivian - Merck

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  8. agradeço a Deus por existirem pais como vocês, que bela lição.
    tenho dois meninos lindos e olhando pra eles e lendo sua estória, não consigo conter as lagrimas.
    Deus abençoe!

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  9. Que Deus continue a te abençoar.

    A Vitória é uma benção em suas vidas e nas vidas de muitas pessoas que vcs. nem imaginam existir.

    Bjos e FELIZ DIA DA MAMÃE

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  10. Oi Joana...
    Parabéns pelo dom de ser mãe...e em especial, mãe da Vitória. Que presente valioso você tem em suas mãos...Que Deus possa iluminar-vos sempre, todos os dias nessa jornada.
    A Vitória é uma criança linda e feliz, o olhar dela diz tudo... e como é bom entrar no seu blog e ir lendo, ver que ela está bem, esta crescendo...é otimo acompanhar o desenvolvimento dela.
    ME emocionei muito com suas palavras...e com a linda história de vocês, e tomei a liberdade de escrever no meu blog, se você não se importar...
    Um grande beijo à vocês
    Fiquem com Deus

    http://umanjonasmaos.blogspot.com

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  11. boa noite, passei aqui para deixar um abraço pra você que é mãe de uma garota mt forte e que veio como um presente maravilhoso com certeza, que Deus continue a abençoar essa familia !
    abraços.

    symaragouvêa- petrolina-pe

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  12. que bebê mais linda gente, que ela continue forte e saudável como sempre e que Deus dê a ela muitas felicidades !!

    Beijão

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  13. Ela é muito linda e é uma benção de Deus mesmo, podem ter certeza Deus irar continuar abençoando muito vcs
    e essa pequena menina maravilhosa
    leia
    Isaías:43. 13
    Isaías:41. 9,10,13,17,18

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  14. Ela é linda que cada dia mais cresça forte e segura nas mãos do senhor pf vc e vitória podem ajudar a seguirem o blogger da minha vó pf obrigada :) !

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  15. Joana,
    Que posso te dizer? Não há em que te confortar, porque nada vejo de tristeza. Há apenas sua filha que é linda e tem o rosto mais doce que o néctar das flores e mais suave que a brisa da manhã. Agraciados são por tão raro presente de Deus e por entender, através da vida da pequena Vitória,o sentido da existência humana e do quanto perdemos por nosso olhar não ir além das fronteiras que vivemos. Louvado seja o nosso Senhor Jesus, que com sua morte rasgou o véu e nos permitiu vermos "Vitórias" e termos Salvação no fim do tic-tac.
    Que Deus continue estendendo Suas mãos em direção a sua família e que a graça Dele seja estendida mais e mais...
    Beijos.

    Silvana Pilipenko

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  16. Li toda historia muito linda, as vezes quando eu tava lendo tinha que dar um paradinha para enchugar as lagrimas nao aguentei e chorei, me comovi muito. essa historia é muito linda, quando vc escreve toda aquela luta e buscava a Deus em todos os momentos fiquei mais comovida ainda, parabéns pela força e continue buscando porque esse DEUS é um DEUS de Maravilhas,,, ( Palmeirópolis-to)FLÁVIA

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  17. parabéns pela sua vitória,que vcs sejam felizes,obrigado por acreditar em Deus,lembre-se que ele nunca nos abandona!,abraços e beijos! e essa sua Vitorinha é guerrera,superou isso tudo!,sejam felizes estou postando isso de coração!.

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  18. Parabens vi td sua historia e so posso dizer que voce e uma grande guerreira junto com sua grande Vitoria.vc e uma SUPER MAE cuidando de um anjinho.
    Que Deus le de mais e mais bençaos em sua vida pq sua filha e a maior de todas.td de bom.

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  19. Que família linda!!! A Vitória é linda!!!!! =) Parabéns!!!!

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  20. Trabalho em uma Maternidade em Belo Horizonte li a historia de Vcs e não teve como não se emocionar sou evangelica e me converti ao nosso JESUS a 10 anos e vejo a cada dia o milagre dele na vida, e a historia de Vcs e da Vitória é linda D++++ que Deus continue a boa Obra na vida da sua Familia Parabéns pela perceverança e FÈ.....

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  21. A fé em Deus de vcs fez com que ela sobrevivesse!!!!!

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  22. Bom dia, Joana

    Lendo a história da Vitória e a felicidade de vcs, só posso concluir que realmente Deus escolhe a dedo os pais que cada criança deve receber!
    Também sou mãe de uma criança especial. Meu filho possui uma sindrome rara, e compartilhando com vc o mesmo sentimento, DESDE O INICIO recebemos a noticia com amor, alegria e AGRADECIMENTO, pela possibilidade de aprender a cada dia o valor da vida.
    Parabéns a vc e seu marido, pois este sentimento maravilhoso que envolvem vcs fará a diferença na vida da Vitoria e de milhares de pais, que virtualmente, poderão compartilhar esta história de vida.

    Felicidades.

    Lucia

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  23. Ela é uma fofuraa!!!!! Vontade de apertar!!!!!!!!!!

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  24. Ela é uma fofuraa!!!!! Vontade de apertar!!!!!!!!!!

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  25. Cláudia Alves Maciel de Goes12 de abril de 2012 às 10:24

    Seu blog me fez chorar, fiquei realmente emocionada com sua fé, sua capacidade de superação e seu amor pela linda Vitória de Cristo!... Continue com sua fé, com seu amor..Sua história é emocionante, me pensar no poder da vida. Como é lindo isso, esse amor pelo filho. Ainda não sou mãe, mas é um sonho poder gerra uma vida, cumprir seu papel bem, aproveitar cada instante com seu filho.. Parabéns!!

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  26. Joana
    Não há como não se emocionar com seu relato
    que Deus possa sempre te dá força, amor e saúde para continuar junto com seu esposo há cuidar dessa pequena e preciosa jóia
    Parabéns pela sua filha linda...E
    Como a Vitória lutou para sobreviver...Tão pequenina e ja é uma guerreira...
    A Vitória é uma benção em suas vidas e nas vidas de muitas pessoas que vcs nem imaginam existir...
    que Deus ilumine sempre o caminho de vcs,e dessa pequena lindinha dos olhos verdes...
    Beijos Marciele

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  27. Joana
    Não há como não se emocionar com seu relato
    que Deus possa sempre te dá força, amor e saúde para continuar junto com seu esposo há cuidar dessa pequena e preciosa jóia
    Parabéns pela sua filha linda...E
    Como a Vitória lutou para sobreviver...Tão pequenina e ja é uma guerreira...
    A Vitória é uma benção em suas vidas e nas vidas de muitas pessoas que vcs nem imaginam existir...
    que Deus ilumine sempre o caminho de vcs,e dessa pequena lindinha dos olhos verdes...
    Beijos Marciele

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  28. Ola gostaria de parabeniza-los por tanto amor e dedicação a esse anjinho Deus ama mto vcs por confia-los um ser tão especial para cuidar ...

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  29. que Deus continue te abençoando e te dando tanto amor tanta sabedoria e dedicaçao, nao conheço voces mas ja sou uma grande admiradora e trorço pra que tudo sempre fique bem com voces, sou mae de 3 filhos e sei o quanto nossa vida muda com a maternidade mais ainda no seu caso de ter uma criança tao especial, que jesus te guie e te ilumine sempre...

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  30. Ela é realmente muito fofa! Vontade de apertar ela sem parar! Lindaaa!
    Mas, também vocês são lindos ela tem a quem puxar!

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  31. Nao tenho muito a falar pois te digo que especial e vc JOANA .e agradeça a DEUS por ter te escolhido como mae da vitoria ,e seu marido por ser pai da vitoria ,ela sabe porque veio assim.saiba que ela te agradece sempre ,com o sorriso que ela te da.DEUS te ilumine cada vez mais .pois que força vc tem de sobra.

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  32. Que bebê gordinha!!!! Muito forte e fofa! Parabéns mamãe por vc ser um exemplo fortíssimo para cada mulher que tem o mesmo sonho que vc tinha, que era de ter seu bebê e lutar por ele com todo o amor existente em seu coração!

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  33. Parabéns! olhando pra vocês, símbolo de familia, amor união vemos que são manifestos de Deus aqui na terra, percebemos que Deus escolhe pessoas como vocês pra mostrar que sim, é possível, uma criança, ser humano vir a este mundo e permanecer independente e dá suporte pra criá-la. Que Deus os abenções e dê força sempre!

    Alaise Jua - ce

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  34. Parabéns! olhando pra vocês, símbolo de familia, amor união vemos que são manifestos de Deus aqui na terra, percebemos que Deus escolhe pessoas como vocês pra mostrar que sim, é possível, uma criança, ser humano vir a este mundo e permanecer independente e dá suporte pra criá-la. Que Deus os abenções e dê força sempre!

    Alaise Jua - ce

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  35. Não tenho como expressar minha comoção. No dia em que foi julgada a licitação da lei sobre fetos anencéfalos, eu e minha avó conversamos bastante sobre o assunto e eu sempre fui completamente contra essa lei. E agora, vendo esse lindo presente de Deus, dado a mãos que sabem cuidar tão bem, reforço ainda mais minhas convicções que qualquer um tem direito a vida, com as limitações que lhe forem dadas, não cabe a justiça decidir quem vive. Quero desejar muitas mais felicidades para essa família linda que vocês construíram com muita luta e, acima de tudo, muito amor. E agradecer por serem esse exemplo tão precioso, não só de pais como de seres humanos. Não havia melhor meio para essa pequena princesinha nascer. Ela ainda trará muitas felicidades a vocês. Deus abençoe sempre vocês três e continue recompensando a cada luta ganha pela pequena Vitória.
    Parabéns.

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  36. Meu Deus como a vida nos prega surpresas de acordo com a historia de vida pequena Vitória, não haveriam chances de vida e o plano de Deus foi tão grande na vida dela que hoje ela aí como um milagre de vida. Que grande amor e lindo exemplo de vida vcs nos passam pq pais assim como vcs só Deus mesmo para capacitar.... Fiquem na paz grande abraço...
    Elissandra

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  37. JOANA!!!!!!!VI A HISTORIA DE VITORIA NO MANHA MAIOR, E FIQUEI APAIXONADA DE VER TODO O AMOR QUE VCS TEM POR ELA. ISSO SIM QUE É SER MÃE E PAI,.A VITORIA É UM ANJO QUE FOI MANDADA ESPECIALMENTE PRA VCS!!!!!!POR QUE DEUS SABIA PARA QUEM DEVERIA ENTREGAR VITORIA!!!!!!!!!!!!DEUS É PERFEITO E VCS SÃO MUITO ESPECIAIS.VOU SEMPRE ORAR POR TDOS. E A VITORIA JÁ É UM POUQUINHO NOSSA. POR FAVOR!!!!!!!!!!! BJS BJS BJS

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  38. Me arrepiei com tamanha fé! Você é extremamente abençoada por ter esse anjinho lindo contigo. Vitória é a prova que Deus provê em nosso coração! Parabéns por ser essa mãe dedicada e maravilhosa. Um beijo e minha eterna admiração!

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  39. História linda, emocionante, não me contive em lágrimas. Vocês são o exemplo de superação, de amor e de companheirismo. Que Deus os abençoe sempre.

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  40. Joana,
    Seguidamente penso na tua Vitória, apesar de não haver postado qualquer comentário desde o ano passado. REALMENTE, fiquei emocionada e feliz de ver vocês, uma família feliz na paz de Deus, celebrando até mesmo os dias e noites mais difíceis. Vitória de Cristo é uma conquista da vida e da fé. E lembro, como o fiz em minha primeira postagem aqui, de um grande amigo que tem um menino maravilhoso com uma síndrome. Ele afirmou:"Sabes, primeiro pensava diferente, porém, hoje, acredito que Deus, em sua sabedoria, escolhe os pais para quem entregará esses seus filhos como uma dádiva. Cada vez que olho para meu filho, agradeço ao senhor, por ter merecido recebê-lo." Vitória é uma dádiva e vocês, pessoas iluminadas, ganham, como família, a luz de Deus. Maravilho-me com vocês e com Vitória de Cristo! Um beijo de carinho, Marli

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  41. Parabéns Joana, a Vitória é realmente um maravilhoso desígnio de Deus, me encantei com a belíssima história de vida dessa princesa!

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  42. Deus os abençoe sempre e em todos os lugares, vocês são pais maravilhosos e sua filha é um presente lindo de Deus!

    Sara Renê - são jose do rio preto - sp.

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  43. deus é mareavilhoso mesmo é por isso que sirvo a este deus,ele nos prova nos traz lutas pra depois nos aprovar...fique em paz pois deus é o nosso consolador....
    Consolador, não sai daqui,
    Meu peito dói, minha alma chora,
    Se Tu sair...
    Consolador (Consolador), mora em mim,
    Sinto um vazio quando estou longe de Ti.
    Perdoa o meu coração,
    Das vezes que errei sem perceber,
    Mas não afaste Sua presença,
    Seus frutos me fazem viver.
    Consolador (não vai embora), não sai daqui (não, não),
    Meu peito dói, minha alma chora,
    Se Tu sair...
    Consolador (Espírito Santo), mora em mim,
    Sinto um vazio quando estou longe de Ti.
    Perdoa o meu coração (Espírito Santo),
    Das vezes que errei sem perceber,
    Mas não afaste Sua presença,
    Seus frutos me fazem viver.
    Quando minha alma se cansou,
    Fostes minha força pra seguir,
    Quando o meu coração calou,
    Fostes intercessor, o meu Ajudador,
    O meu Consolador Fiel.
    Consolador (Oh Espírito Santo), não sai daqui (Não sai de dentro de mim),
    Meu peito dói (meu peito dói), minha alma chora (minha alma chora),
    Se Tu sair (quando não Está aqui)...
    Consolador, mora em mim,
    Sinto um vazio quando estou longe de Ti.
    Longe de Ti.♥
    fique na paz jesus te ama ele sempre nos surpreende o choro pode durar uma noite mas alegria vem de manha...já passei por isso duas vezes mas o meu bebe so durou 2 meses na minha barriga essa já e segunda vez que aconteçe isso mas é deus que sabe o que fazer de nos jamais conseguiremos entender o trabalhar dele só devemos confiar nele porque ele naõ nos da uma luta que não podemos suportar...

    ass:kenia chayane

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  44. Eu sei que não é fácil suportar, às vezes a vontade é só chorar
    O vento forte sopra contra ti, a luta quer fazer você parar
    Tem horas que não há o que dizer e a gente já não sabe o que fazer
    A tempestade o barco quer virar e o fim parece que tão perto está
    Mas são nesses momentos de pavor que entra em ação o Teu Senhor
    Ele ordena e o mar tem que obedecer, o vento se acalma pelo Seu Poder
    E aí a noite escura tem que terminar, de novo o amanhecer então tem que chegar
    O que era tristeza, pranto e solidão se transformam em alegria pro seu coração
    Os altos montes e as muralhas não vão impedir
    O mar revolto em sua frente vai ter que se abrir
    Pois quando Deus diz que é o momento de te abençoar, não há gigante pra impedir a Mão de Jeová
    E é por isso que, apesar da sua provação, vale a pena confiar no Deus de Abraão
    Pois a qualquer momento Ele usa Seu Poder e o Milagre em sua vida faz acontecer
    O Milagre Deus fará acontecer

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  45. Obrigado pela lição pais queridos ! Vocês mostraram para o mundo (vocês três) que Deus existe. Ele é que dá a vida, é ele que controla, que sustenta, e, que leva para ele novamente. É com o meu coração retalhado e esmiuçado que eu aprendo que as minhas dificuldades não são nem sombra daquilo que vocês enfrentaram, mostrando tanta aceitação e submissão. Santos de Deus, obrigado pela lição de fé e amor que vocês deram ao mundo ! Deus seja louvado ! Que o Espírito Santo continue vos confortando. Pois, muito em breve vocês a verão novamente, pois se cumprirá a promessa: "E Deus enxugará dos nossos olhos todas as lágrimas.. "

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  46. voces sao pais especiais enviados para a VITORIA...
    Que voces sejam sempre iluminados pelo CRIADOR, com toda essa alegria de VIVER.
    Uma Historia de AMOR e VIDA.
    Isa de ctba

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Muito obrigada pela visita ao nosso blog. Comentários são bem-vindos e muito especiais! Por favor confira algumas orientações antes de deixar sua mensagem:

1) Este blog é um registro pessoal de nossa vida com nossa filha Vitória, que viveu conosco por 2 anos e meio após a gestação. Ela faleceu em julho de 2012.
2) Comente de maneira séria e respeitosa. Mensagens ofensivas ou desagradáveis irão p/ a lixeira.
4) Infelizmente nem sempre consigo responder todas as mensagens que recebo, mas leio a todas com muito carinho.
5) Se você está vivenciando ou vivenciou uma gestação de um bebê com acrania e anencefalia, temos um grupo muito especial de apoio no Facebook onde você será bem-vindo: www.facebook.com/groups/acraniaeanencefalia (copie e cole este endereço em sua barra de endereços da internet)
6) Se preferir, contate-me pelo e-mail joanaschmitz@yahoo.com.br

Muitíssimo obrigada por sua compreensão e respeito.

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