Eu sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas; e elas me conhecem; assim como o Pai me conhece e eu conheço o Pai; e dou a minha vida pelas ovelhas. Depois de conduzir para fora todas as suas ovelhas, vai adiante delas, e estas o seguem, porque conhecem a sua voz. João 10:4, 14-15 (NVI)
nossa pequena visitante do céu!
"A morte de um bebê nos faz lutar com a vontade e o propósito de Deus. Parece estranho que Deus garantiria a dádiva da vida e, depois, a tiraria antes que ela florescesse em um estágio de utilidade. Mas podemos ter certeza de que há um propósito nessa vida, mesmo que não seja percebido de imediato.
James Vernon McGee diz que quando o pastor tenta guiar suas ovelhas para pastagens melhores, levando-as montanha acima por meio de veredas difíceis e banhadas pelo vento, ele, frequentemente, descobre que as ovelhas não o seguem. Elas temem os sulcos desconhecidos e as pedras pontudas. Então, o pastor vai até o rebanho e pega uma ovelhinha em um braço e outra no outro braço. A seguir, ele começa a subir o caminho íngreme. Logo as duas ovelhas mães começam a segui-lo e, a seguir, o rebanho inteiro começa a escalada. Assim, elas sobem o caminho tortuoso para pastagens mais verdes.
O mesmo acontece com o bom Pastor. Às vezes, ele entra no rebanho e pega uma ovelha para si mesmo. Ele usa a experiência de guiar seu povo, de levantá-los a novas alturas de compromisso enquanto eles seguem a ovelhinha por todo o caminho de casa". (Erwin Lutzer, Um Minuto depois da Morte)*
te guardaremos para sempre no coração!
amor das nossas vidas, sorriso cheio de luz!
Olá queridos amigos!
Essa semana li um livro em que achei algumas palavras muito especiais, citadas acima. Desde o início da gestação da Vivi eu sempre gostei de chamá-la de nossa ovelhinha. Gosto muito dos trechos dos evangelhos em que Jesus se apresenta como um pastor, que vai conduzir suas ovelhas, que vai tratá-las e cuidar delas quando se ferirem e, o mais especial, vai incansavelmente atrás delas quando se perderem no meio do caminho. Ao longo de toda a Bíblia, Deus se apresenta à humanidade como um pastor que cuida do seu povo, e até mesmo dedica um cuidado especial às ovelhas mamães, que amamentam suas crias! Ele ainda afirma que vai repreender e punir aqueles falsos pastores que aprisionam e levam suas ovelhas para caminhos enganosos, os lobos que se disfarçam de ovelhas.
Receber a Vitória em nossas vidas foi um processo ao mesmo tempo especial, mas também doloroso, de lidar com a possibilidade da perda, de enfrentar momentos difíceis e de sofrimento, e ao mesmo tempo experimentar um amor intenso, libertador e incondicional. Hoje sentimos tanta falta dela! De acordar pela manhã e abraçá-la bem forte e lhe dizer: "que bom que você está aqui!" como o fiz tantas vezes. De sentir sua cabeça encostar em meu ombro e seus bracinhos me envolverem, sentir seus cabelos macios e perfumados em minha pele...
Todos os dias eu fazia para ela uma vitamina de frutas e cereais pela manhã, que ela tomava com muito gosto. Depois escovava os dentinhos, limpava os olhinhos, passava soro no nariz, limpava as orelhinhas com óleo e cotonete... como todas as crianças, ela não gostava muito da parte da higiene. Eu tinha medo que ela tivesse uma cárie e caprichava na escovação, principalmente nos molares. A última pasta de dente que ela estava usando era sabor morango (sem flúor) e ela adorava! Ela até deixava eu escovar os dentinhos, mas e quando inventava de mastigar a escova, e no final engolia toda a pasta? rsrsrs
Mas na hora de limpar as orelhinhas e o nariz ela tentava fugir e empurrava meu braço com seus bracinhos fortes, tentando me pegar com suas mãozinhas. Eu penteava seus cabelos e prendia com uma chiquinha que combinasse com a roupa, cada dia era de um jeito: às vezes uma chiquinha meio para o lado, outro dia duas "maria-chiquinhas" da mesma cor, e outro dia um rabinho para trás e conforme a criatividade e o cumprimento dos seus cabelos permitisse. Tinha que pentear rápido porque ela também não tinha muita paciência e ficava virando a cabeça para os lados - se demorasse acaba ficando tudo torto!
Também lhe dava muito colo, abraço e incontáveis beijos nas suas bochechas. Conversava com ela, perguntava se tinha dormido bem, lhe falava que estava um dia bonito, e via seus olhos cheios de graça e ternura me responderem e seu rostinho expressar gratidão e amor.
Quando estava um tempo bom de sol, passeávamos, outras vezes estava frio e eu a acomodava na "calça jeans" no sofá para ela dormir. Então ia tomar café, dar uma ajeitada na casa para depois preparar seu suco e adiantar o almoço.
Era uma imagem tão maravilhosa ir vê-la de manhã dormindo em sua cama, tão fofinha e confortável, esparramada, às vezes fazendo um ronquinho... Eu lhe fazia um carinho e lhe dizia: oi meu amor, vamos acordar? Ela acordava com uma cara de sono, os olhinhos meio fechados... e eu lhe pegava em meus braços. Ela já estava pesadinha, com 13 quilos, mas graças a Deus eu tinha força, disposição, andava para todo lado com ela em meus braços. Uma força que eu nunca tinha tido e que desconhecia! E quando ela me acordava chorando, ouvia uns gritinhos lá do seu quarto, parecia uma sirene aaahuuu, eu levantava da cama e ia correndo até ela, que estava com a cabecinha erguida e os olhinhos atentos me esperando. E imediatamente quando a pegava ela parava de chorar, e respirava aliviada, me abraçando.
Eram atitudes tão simples, mas maravilhosas, e eu entendo que todos esses meses em que cuidei dela foram muito mais importantes do que qualquer outra coisa que eu pudesse estar fazendo: trabalhando fora, tendo muitas realizações profissionais, ou até mesmo dando palestras ou falando para multidões sobre o amor de Deus. O meu maior gesto de amor por Ele era cuidar de sua ovelhinha especial. Às vezes era cansativo, sentia falta de ajuda e não tínhamos condição de pagar uma pessoa para me ajudar a cuidar dela e eu poder sair mais, fazer as "minhas coisas". É claro que seria bom trabalhar, ter mais recursos, não a levávamos em médicos particulares, viajamos muito pouco, tudo era contadinho. Mas hoje eu entendo como Deus foi bom até mesmo nisso, pois foi maravilhoso eu mesma cuidar dela e viver intensamente cada dia ao seu lado, e cuidar pessoalmente dela nos dias tranquilos e nos dias mais difíceis. Eu tinha toda a vida pela frente, agora posso fazer o que quiser, mas eu sabia lá no fundo do coração que aquele tempo com ela era único e precioso. Foi tudo muito valioso e deixou saudades sem fim!
Se fosse possível eu gostaria de continuar cuidando daquela princesinha por muitos mais anos, enfrentando as dificuldades que fossem... se fosse para vê-la feliz aqui com a gente. Mas hoje, se fosse possível, não escolheria trazê-la de volta. Porque eu creio que ela está ainda mais feliz perto de Jesus em um lugar muito melhor do que este mundo. Tenho seguido um Deus vivo que tem nos respondido de diversas formas, que creio de todo o coração que é digno de confiança e adoração. Um Deus justo e bom. A Vitória sempre foi dele, Ele a criou e a confiou a nós, e ela nos ajudou a perceber que realmente estamos de passagem neste mundo. Tudo que fazemos aqui tem seu valor e suas consequências, mas não deve ser o mais importante a ponto de sufocar nosso relacionamento com Deus e nosso amor a Ele, impedindo-nos de ouvir suas palavras, seu propósito e vontade para nossa vida hoje. A ponto de nos esquecermos que estaremos aqui somente por algumas décadas, e que Jesus tem muito a nos ensinar sobre as coisas espirituais.
Hoje eu tenho mais um motivo para seguir verdadeiramente Jesus, (não seguir pessoas, instituições, religiões ou ideologias, mas somente a Jesus): o fato de Ele ter em seus braços uma linda ovelhinha de olhos ternos e marias-chiquinhas nos esperando no final da nossa jornada. Espero que muitos mais queiram vir conosco nessa caminhada!
sua vida foi um lindo presente!
* LUTZER, Erwin. Um Minuto Depois da Morte, p. 82. Ed. Thomas Nelson Brasil, 1997.