Ora, o Senhor é o Espírito e, onde está o Espírito do Senhor, ali há liberdade. 2 Coríntios 3:17
Eu a tive em meus braços, acariciei seus cabelos, a abracei forte e senti uma sensação diferente... lembrei de tudo que vivemos desde a sua gestação... ela estava sobre meu corpo e lembrei como cresceu pequenininha em meu ventre e se tornou tão grande e forte. Como achávamos que ela era tão frágil desde o início, mas se mostrou tão valente.
Agradeci por ter lutado tanto para ficar conosco. Disse que me orgulhava muito dela, que me sentia tão feliz em ser sua mãe. Que minha vida tinha se tornado muito melhor, muito mais feliz e mais bonita com sua presença. Que ela era uma menina muito especial. Que ela havia me feito tão bem, mais bem do que eu poderia ter feito a ela. E por alguns minutos nós ficamos juntas, abraçadas, conversando com a alma, com o amor mais profundo que já senti.
Disse que dava vontade de ficar ali pra sempre, guardando ela no meu coração.
Essa foi a nossa despedida feliz, que Deus permitiu sem que a gente soubesse que estava se despedindo, sem lágrimas de tristeza, sem a angústia da separação, sem a dor física e emocional do momento da morte, sem o medo do futuro desconhecido.
Somente a gratidão, a alegria, o amor de termos vivido dias tão, mas tão felizes, de termos superado tantos desafios juntas, de termos sido uma família tão unida e forte. Uma força que foi descoberta na fraqueza, que foi concedida por Deus com tanto amor e compaixão.
Hoje ela está para sempre guardada no nosso coração, com seus cabelinhos dourados, seus olhos cheios de doçura, seu sorriso que contestou todas as dificuldades que a vida lhe apresentou. Sua pureza que mostrou que era possível ser feliz mesmo quando o mundo diz que você não tem valor. Porque para nós ela tinha valor, e tenho certeza absoluta que para Deus também, ela é uma princesinha preciosa e amada. E nunca, nunca a esquecerei, nunca deixarei de amá-la e esperar cada dia da minha vida para novamente lhe abraçar.
Hoje algumas lembranças doem, a dor da despedida, a dor de ter uma vida inteira pela frente sem minha primeira filha, sem minha menininha linda aqui comigo ao meu lado.
Mas o sentimento também é de liberdade, de alegria, porque ela saiu de casa para a eternidade. O sentimento de que eu a deixei ser livre, seguir seu caminho, viver e concluir sua história.
Afinal, isso também é papel muito importante de uma mãe, criar um filho para se tornar independente. Para nós apenas o tempo correu de um jeito diferente. Dizem que criamos os filhos não para nós, mas para o mundo. Nós criamos a nossa princesinha para o céu.
Amanhã lembramos o aniversário da sua morte nesse mundo, mas prefiro lembrar que é aniversário do seu nascimento no céu. Parabéns, pequena, mamãe e papai sempre, sempre vão te amar!
Deus está cuidando de você para nós, e não há melhor lugar para estar do que na Sua presença de amor.